sábado, 9 de agosto de 2008

Ser Jovem É...



Para entender o que é ser jovem, é preciso sê-lo ou tê-lo sido uma vez.

Não se pode entender um sentimento completamente sem nunca tê-lo sentido. Do mesmo jeito é cada etapa de sua vida. Todas têm sua importância na formação do ser humano, precisando ser vividas plenamente para a vida ter um sabor amadurecido e agradável.

Uma criança não entende o sentimento que embala a adolescência e um adulto ainda consegue recordá-lo, ainda que em muitos casos a essência jovem tenha se perdido logo que surgiram atribulações.

O adolescente ou o jovem maior de idade sofre constantemente com a transição da infância para a maturidade. Quando somos crianças, temos aquela sensação de que somos protegidos, podemos brincar sem medo que os outros nos julguem, as preocupações são menores (Pelo menos deviam ser) e as relações complicadas dos adultos parece-nos ainda mais infantil do que as nossas.

Pois é. Quando crescemos, temos a sensação de que a sabedoria e a maturidade nos alcançarão ao mesmo tempo em que a idade. Mas não é exatamente assim. Quando crescemos, as responsabilidades começam a surgir, o vestibular à vista, as pressões para se entrar numa faculdade e conseguir logo ingressar no mercado de trabalho...

“Mercado de trabalho?” você se pergunta assim que alguém propõe isso a você. Então você percebe que está virando um adulto, que um dia terá que pagar as próprias contas, que tirará carteira de motorista e terá que ter as mesmas preocupações que tanto tirava onda quando era criança.

E não só nas responsabilidades você percebe que virou um quase-adulto. Nos sentimentos e nas relações também. E algo engraçado acontece. Quando somos pré-adolescentes (Outra transição muito difícil!), achamos que o amor e a amizade são coisas ou dramáticas demais ou leves demais.
Ao amadurecermos vemos que o normal é não nenhuma coisa nem outra. Aprendemos que amar alguém não precisa ser uma tragédia de Shakespeare e nem uma letra indecente de música de forró. É algo que vamos lidando no nosso íntimo e que acaba mudando nossa visão das coisas (De preferência para melhor, já que estamos amadurecendo).
Aprendemos também que a amizade não precisa ser aquele grude eterno, cheio de recadinhos fofos “Amigos Para Sempre” e nem aquela distância fria. Vamos percebendo que os amigos verdadeiros, embora nem sempre possamos vê-los, sempre ficam mais presentes do que aqueles que vemos todos os dias.

Outra coisa que quando somos crianças e estamos entrando para essa fase “turbulenta” pensamos é que teremos tantas certezas, saberemos tanto da vida... É meio uma antítese do que acontece. Quando somos jovens, as dúvidas só aumentam, as incertezas parecem se multiplicar, os sentimentos nos invadem em turbilhão, as responsabilidades e cobranças crescem a cada dia, fazendo com que nos sintamos às vezes num daqueles brinquedos que giram sem parar, misturando as cores e sons num borrão só.

Mas imagine se não sentíssemos isso nem uma vez na vida?Aquela sensação de vida, empolgação, planos, sonhos, expectativas?Certamente seria uma vida “cinza”, nublada, monótona e sem uma musiquinha para embalar.

Mas o melhor de tudo é quando percebemos que todos os momentos, todas as frustrações e decepções, todas as relações, puderam contribuir para nos tornar pessoas melhores, mais felizes e mais bem-resolvidas.

Porque ser jovem é buscar isso, acima de tudo.

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