sábado, 13 de outubro de 2012

Quando os contos de fada enfrentam o mundo real



Vocês já imaginaram como os personagens da Disney se sairiam no mundo real? Branca de Neve seria tão ingênua ? Cinderela seria tão passiva? O Chapeleiro Maluco seria tão maluco ? As rainhas más não teriam um lado bom, afinal de contas?Foi com essas e outras dúvidas que passei a assistir a série Once Upon a Time, antes mesmo do sucesso chegar.

 A história começa quando, no dia do casamento de Branca e seu príncipe, a Rainha Má joga uma maldição que mergulhará todas pessoas do reino num mundo horrível onde ela poderá vencer (O nosso mundo é claro...). Desesperada, Branca de Neve passa meses atrás de uma solução e a Fada Azul revela que um carvalho mágico poderá proteger uma única pessoa enviando-a para nosso mundo antes da maldição ser lançada e essa pessoa poderá voltar e quebrar o feitiço. Quem é que vai? A filha da Branca de Neve e o Príncipe Encantado, Emma.

Só que como ainda é um bebê, ela não lembra de nada, claro, cresce cética e se transforma numa espécie de caçadora de recompensas quando adulta. Emma( Jennifer Morrison, de House) é durona e solitária, até receber a visita de um garoto que é nada menos que o filho que ela teve há dez anos e deu para adoção... Com os sentimentos confusos, ela vai deixar o menino, Henry, na cidade onde mora, Storybrooke. Só que quem é a mãe adotiva do garoto é nada menos que Regina, a Rainha Má e Storybrooke é onde os personagens de contos de fada ficaram aprisionadas em vidas medíocres sem lembrarem nada do passado. Regina é a prefeita, Branca de Neve é uma professora de crianças, Chapeuzinho Vermelho é completamente rebelde e trabalhada na maquiagem, isso sem falar em milhares de outros personagens interessantes como o Chapeleiro Maluco, Cinderela, Grilo Falante, João e Maria e por aí vai.

A série se desenrola com Emma em Storybrooke brigando pelo filho com a Rainha Má, ao mesmo tempo que se torna amiga da mãe sem ter a menor ideia do passado. Ao mesmo tempo, cada episódio traz um flashback de cada personagem no outro mundo, mostrando como eles eram corajosos e audaciosos. Esse é o legal da série. Cada pessoa ali pode ser sem graça de um certo modo, mas tem uma história muito bonita no passado sem ao menos se dar conta disso.

Podemos ver que Branca de Neve de boba não tinha nada, o Grilo Falante teve um passado triste, Regina já teve um lado bom e até Zangado já foi feliz. Outro personagem muito interessante é Rumpelstiltskin, tão poderoso e (quase) tão cruel quanto a Rainha Má, que se torna um agiota e vendedor de antiguidades no mundo real, mas ciente do jogo de poder em Storybrooke e fazendo seus moradores de simples marionetes.

Enfim, Once Upon a Time é aquela série que fala de romance e aventura sem esquecer de personagens relevantes e surpresas também. Tornar os personagens mais humanos, menos maniqueístas e ainda assim transmitir valores é a essência da série, que mostra que não é preciso chocar para se ter uma história de qualidade.

Atualmente a série está na sua segunda temporada

Post também publicado (com algumas modificações) no Leitura Nossa de Cada Dia

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Por que Cinquenta Tons de Cinza faz tanto sucesso?

Depois de uma temporada sem escrever (Com a faculdade em greve nem tenho desculpas para isso), volto com um assunto que está dando um comichão na ponta dos dedos para tratar.

Cinquenta Tons de Cinza, da autora E.L. James chegou causando "oohs". A história conta a trajetória da inocente Anastasia Steele que se apaixona pelo empresário ultrapoderoso Christian Grey e percebe que a relação com ele é muito mais intensa, assustadora e obscura do que pode imaginar. Cheio de traumas, Grey é adepto a algemas e chicotes, tornando a relação dos dois um contrato de submissão onde o contato visual pode gerar "castigos". O livro é comentadíssimo em programas de TV, séries, revistas e pela Internet em geral. Elogiado por uns, condenado por outros ( não sei se é pra valer, mas ouvi que a autora se baseara em Crepúsculo para escrevê-lo), o romance ganhou a mídia e pode até ser transformado em filme. A pergunta que fica é: vale esse auê?

Olha, honestamente, o livro não é um obra-prima genial como muitos apontam, tem um linguagem repetitiva, escrita tão simples quanto a do Crepúsculo( ou seja, quase colegial), uma protagonista com o mesmo senso de insegurança de Bella Swann e muitas, muitas passagens destinadas àquilo a que se propõe. Para falar a verdade, se não fosse a capa, o título e a mídia, ele estaria junto com os romances de banca. Mas agora vamos ao motivos que eu, na minha insignificante opinião, considero que tornam esse livro um sucesso:

A aparência do livro: como eu apontei, o título e a capa tornam esse romance muito promissor. Muitas decepções são advindas dessa propaganda toda. Se deixassem com aquela capa melodramática e título açucarado dos romances de banca, ninguém ia comentar nada.

A redenção do bad boy: apesar do que dizem por aí, eu NÃO acho que o principal motivo do sucesso sejam que as leitoras queiram inconscientemente uma relação assim, com chicotes, um dominador e tal. Claro, existe a parcela de leitores que realmente se interessam por isso, mas quer saber? No fundo, é a velha história do cara mau que se redime com a mocinha insegura e vive só para ela no final, o que motiva quase todos os romances de banca. Eu acho que as leitoras não querem a loucura do Sr. Grey, elas querem o próprio Sr. Grey! Ah, e claro com toda a sensualidade que ele oferece.

O romance sensual: na série de TV nova, Bunheads, perguntam a uma personagem por que ela gostou desse livro e ela responde: "Because it´s dirty". Ou seja, é isso mesmo, é o erotismo, a sensualidade, aquilo que desperta em muita gente o que elas jamais acharam que um livro faria. Obviamente não conhecem os romances de banca, como Sabrina e outros. Isso nos passa a outro tópico.

A mídia: se essas pessoas gostam tanto do erotismo da obra, por que não vão aos romances de banca, então? Mídia. Pura e simples. A mesma que enfeitou Dan Brown de gênio e Crepúsculo de romance imortal. Acho engraçado que os pseudointelectuais que resenharam tão bem esse livro são os mesmos que consideram os romances de Sabrina inferiores. Pois leram justamente um exemplo em capa de luxo!

Agora na boa, acho justo reclamar da propaganda enganosa e tal, mas se você não curte, é só não ler. Não vamos tornar essa obra algo primordial, porque está longe disso, mas ela serve para entreter e cumpre bem o seu objetivo. Quer algo mais bem escrito ou mais intelectual? Passe longe, sério mesmo.

O livro não merece esse ibope todo, a autora é muito fraca e clichê até, mas considero um pouquinho melhor que o reprimido romance de Crepúsculo. Espero que a autora (que tinha um bom material nas mãos e fez uma bagunça) consiga tornar esse relacionamento mais complexo e a protagonista menos idiota nos próximos livros. E sobre aqueles que se escandalizam com as cenas, bem , elas são quentes, o que se pode fazer? Ninguém te engana quanto a isso.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret - Uma homenagem ao cinema


Um dos grandes nomes do Oscar este ano,
A Invenção

de H
ugo Cabret, do diretor Martin Scorsese, concorre a 11 prêmios este ano, seguido apenas por O Artista, que concorre a 10.
E o porquê desse filme "infantil" concorrer a tantas estatuetas?

O filme conta a história de Hugo Cabret (Asa Butterfield, de O Menino do Pijama Listrado), que após perder o pai, vive numa estação de trem dando corda nos relógios e roubando peças para construir um robô em que ele e o pai haviam tentado consertar e para isso conta com a ajuda da esperta Isabelle (Chloe Moretz, de Deixe-me Entrar). O segredo que o robô esconde remonta a uma sensível história que coincide com o início do cinema.
Esse, para mim, é o grande trunfo do filme. Para quem está habituado a filmes que se preocupam mais com ação do que com a história, pode passar longe. Hugo Cabret está disposto a contar uma história e não vai economizar tempo para estruturá-la bem.
Para quem não conhece o início do cinema, o filme pode introduzi-lo bem, com as amostras do primeiro filme já exibido, A Chegada do Trem até Georges Méliès, que mais do que um personagem da história, realmente existiu e criou filmes fantásticos que mexiam com a imaginação e a ilusão, podendo ser o começo dos "efeitos especiais" (E os seus filmes podem ser vistos no Youtube)
Tudo isso é entremeado com a busca de Hugo por uma família, a busca de Isabelle por aventuras reais e a busca pela felicidade por tantos outros personagens secundários da estação, com uma linda trilha sonora e ótima direção.
Há quem reclame que o filme não funciona bem para crianças, talvez até não, com a predileção de todos por filmes velozes e fáceis. Mas o filme funciona para quem é sensível, aprecia uma história bem contada e o cinema como um todo.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os 5 melhores mocinhos dos romances clássicos

Eu já vi por aí muitas listas com o TOP 5 dos melhores mocinhos, mas quase todas são apenas dos livros contemporâneos. Apesar de os romances de hoje terem liberdade de colocar personagens com mais "pegada", não quer dizer que há mais de duzentos anos não se escreviam personagens com atitude para sua época e que mexem com a imaginação de pessoas (As mulheres em especial né, mas não excluamos alguns homens disso) de tantas épocas diferentes. Vamos conferir?

5. Rhett Butler, de E O Vento Levou...

OK, nunca li o livro, mas já vi o filme váarias vezes e acredito que pelo menos a essência do personagem é mantida, apesar de alguma coisa aqui e acolá ter sido mudada. Eternizado por Clark Gable, Rhett Butler vem do Norte e se apaixona pela mimada, inescrupulosa e determinada Scarlett O´Hara e é o único que entende sua natureza e a ama do jeito que ela é ( Só por amá-la ele já merece um prêmio. Scarlett é marcante, mas é uma das mocinhas mais chatas e insuportáveis que eu já vi), mesmo a garota sulista amando outro. Irônico, confiante, experiente e cheio de tiradas, ele pode colocar muitos galãs de livro adolescente no bolso. Margareth Mitchell lançou o livro em 1936 e o filme foi lançado em 1939.
Melhores Momentos: A famosa frase " Frankly, my dear, I don´t care"

4. Heathcliff, de O Morro dos Ventos Uivantes

Bem, Heathcliff não era beem o mocinho, mas como é através dele que as ações acontecem no livro, ele entra, sim, na lista. Tirado por Mr. Earnshaw das ruas, ele é criado juntos com seus filhos, apaixonando-se por Catherine, a filha mais nova do homem. Os dois crescem como grandes amigos, mas com o rebaixamento de Heathcliff a mero servo após a morte de Earnshaw e o encontro de Catherine com o refinamento de Edgar Linton acaba separando os dois. Heathcliff vai embora e volta, muito tempo depois, rico não se sabe como. E Catherine se casa com Linton. Não vou adiantar muito, mas o amor egoísta, obsessivo e intenso que Heathcliff sente é um dos marcos da literatura e o transforma no "vilão" da história. Dei a ele o quarto lugar porque ele é capaz de tudo por uma criatura mimada, egoísta e fútil( É isso aí, ela é pior que a Scarlett!), sem perceber o quanto a sua vida vai se destruindo aos poucos e junto com esta, a vida dos outros também. De qualquer maneira, Heathcliff é inesquecível, não tem como não se emocionar com tamanha paixão e além de tudo, foi lindamente interpretado pelo Ralph Fiennes na versão de 1992 do filme. Emily Brontë lançou o livro em 1847.
Melhores Momentos: " How can I live without my life? How can I live without my soul?"

3. Mr. Thornton, de Norte e Sul

Industrial do norte da Inglaterra, John Thornton nasceu pobre, venceu as dificuldades da vida e se tornou o dono de uma das maiores fábricas de algodão da fictícia cidade de Milton. Homem de negócios, inteligente, teimoso e orgulhoso, ele se apaixona pela igualmente orgulhosa Margaret Hale, que, vindos dos lindos campos do Sul, odeia qualquer coisa relacionada ao fumacento Norte, inclusive ele. O que gosto nele é que mesmo apaixonado por Margaret, ele não é alheio aos seus defeitos e nem destrói sua vida por causa dela, ao contrário, continua administrando tudo com mão de ferro e ainda encontra tempo para ser gentil com os pais dela. Seu senso prático, implacável e ainda assim, terno com a mãe e apaixonado por alguém que inicialmente o odeia, faz com que seja o melhor personagem do livro. Richard Armitage o interpreta na linda minissérie da BBC. Elizabeth Gaskell lançou o livro em 1855.
Melhores Momentos: Não é uma frase, mas um momento quando Margaret sai ferida no meio da greve dos trabalhadores e Thornton a carrega para dentro de casa, percebendo o quanto a ama de verdade (Fooofo!)

2. Mr. Rochester, de Jane Eyre

Dono de Thornfield Hall e patrão de Jane, que serve de preceptora para sua filha bastarda Adèle, Mr. Rochester é um mistério. Autoritário, um pouco ranziza, mas incrivelmente apaixonado por Jane, ele não liga tanto para as convenções sociais e é bem mais ardente na sua paixão do que os outros já citados ( Exceto Rhett Butler). Seu passado e o segredo que esconde o atormenta, pois sabe que isso é um impedimento para ficar com a protagonista, mas não perde tempo em conquistá-la, tamanha é a paixão que sente por ela. Na linda minissérie da BBC, ele é interpretado por Toby Stephens e no filme mais recente, por Michael Fassbender. Charlotte Brontë lançou o livro em 1847.
Melhores Momentos: A declaração dele para Jane, no jardim, sob a luz do luar.

1.Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito

O ouro vai pra ele, o melhor mocinho de todos os tempos! E não há nenhum personagem que possa ousar se comparar ao Mr. Darcy. Arrogante a princípio, julgando Elizabeth Bennet apenas como "tolerável" no quesito beleza, Darcy aos poucos vai se apaixonando por ela, enquanto a jovem Bennet apenas o odeia e ouve todo tipo de intriga ao seu respeito. A personalidade de Mr. Darcy, intolerável no início, vai se mostrando belíssima, resignada, corajosa e apaixonada. Alguém que não mede esforços para conquistar quem ama ou para ajudá-la de todas as formas. Interpretado lindamente por Colin Firth na minissérie da BBC em 1997 e no filme mais recente, por Matthew McFadyen. Lançado pela diva Jane Austen em 1797.
Melhores Momentos: O pedido de casamento que ele faz à Elizabeth.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sussurro - Becca Fitzpatrick


SUSSURRO

Autora:
Becca Fitzpatrick
Editora:
Intrínseca
N° de páginas:
264


Esse foi um livro que li após uma depressão-pós-livro. Não adiantou nada,né? Fiquei apaixonada por esse e tive que buscar outro para esquecê-lo( Só que o outro foi logo o Cidade das Cinzas!Mas isso são cenas dos próximos posts).

Nora Grey é uma adolescente normal que nunca se apaixonou na vida, mesmo com sua amiga divertidíssima Vee para mostrá-la caras legais. Só que isso muda ao ter que trocar de parceiro na aula de biologia e conhecer Patch, misterioso,lindo, que parece saber seus segredos mais íntimos. Nora sabe que ele é perigoso... Mas não sabe se acaba se apaixonando de vez ou corre dele.
Além disso, um estranho mascarado passa a persegui-la constantemente e sumindo como se fosse por mágica. E ela só percebe que sua vida está em perigo quando Vee é confundida com ela e é atacada. Seria Patch por trás de tudo isso? Ou algo muito maior que ela poderia imaginar?

Demorei demais pra ler esse livro, mas não sabia que a trama sobre anjos poderia ser tão legal. Patch é um anjo caído, mais parecendo um lindo bad boy, com um sorriso despreocupado e aquelas frases cortantes quando ele conversa com Nora:

Eu captei seu olhar e não pude evitar igualar seu sorriso – brevemente.
“Com sorte não em seu favor. Maior sonho?”
Eu estava orgulhosa dessa porque sabia que iria aturdi-lo. Ela requeria premeditação.

“Beijar você.”

“Isso não é engraçado,” eu disse, segurando seus olhos, grata por não ter gaguejado.
“Não, mas fez você corar.”

Se o Patch existisse na vida real seria tachado de cafajeste só com as insinuações que ele faz ao longo do livro, mas como personagem literário ele está perfeito! Você se pergunta o livro inteiro se ele realmente está afim da Nora como diz estar ou se pode estar por trás dos acontecimentos estranhos, já que ele é um anjo caído e tal. Mas é um daqueles mocinhos com diálogos tão legais que faz você querer voltar e ler de novo o que ele diz.

A Vee é a amiga ideal. Engraçada e que dá um super apoio à Nora, embora sua ingenuidade dê nos nervos.

A Nora é uma personagem que não é boba e nem fica sonhando com o príncipe encantado (Alô, Bella Swan?), mas é muito impetuosa e não pensa antes de se meter em encrenca. Ela se sacrifica muito por amizade, como naquela cena em que Vee está encrencada e Nora vai atrás dela, sozinha, numa rua perigosa e troca seu casaco por informações de uma mendiga. É muita loucura! E é completamente apagada quando o Patch aparece, porque não consegue vencê-lo no raciocínio dos seus diálogos e fica corada no final.

O primeiro livro da série Hush Hush é muito bom, do tipo que faz você querer reler. Os personagens são interessantes e a mitologia dos anjos é muito bacana, embora ela seja apresentada de forma jogada e mal explicada ao longo do livro. Ao contrário de Julie Kagawa em O Rei do Ferro, Becca Fitzpatrick não prepara o terreno para o leitor e faz toda a ação e informação acontecerem ao redor do casal principal. Não sei se na continuação Crescendo, a história dos nephilins é melhor explicada, mas espero saber mais e, claro, mais cenas românticas da Nora e do Patch.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Resenha - O Rei do Ferro




O REI DO FERRO
Autora: Julie Kagawa
Editora: Underworld
N° de páginas: 352

Meghan Chase é uma adolescente que não mora na cidade e tem uma mãe e um padrasto avessos a tecnologia, inclusive de coisas tão básicas na existência de um adolescente "normal" quanto um celular e uma internet decente. Com o pai misteriosamente desaparecido, Meghan sente como se as pessoas esquecessem da sua existência e a ignorassem, como acontece no colégio e até mesmo em casa, em relação ao seu padrasto. Os únicos que a fazem feliz são Ethan, seu fofíssimo irmão caçula de quatro anos e Robbie, seu melhor amigo.
Ao completar 16 anos, Meghan tem estranhas visões e Ethan passa a se comportar de forma diferente, com uma crueldade e ferocidade que não eram dele. É então que seu amigo Robbie revela que o seu irmão foi sequestrado por fadas e uma cópia foi colocada em seu lugar. E para maior surpresa dela, Robbie revela que é Puck, bobo da corte do rei Oberon, no mundo das fadas, em Nevernever e que esteve ao lado dela esse tempo para protegê-la.
E aí que a garota mergulha num mundo feroz, fascinante e perigoso para resgatar seu irmão. É lá que descobre que o rei Oberon é seu pai, o que a coloca em um jogo de interesses, especialmente com a Corte do Inverno e o seu príncipe, de quem Meghan não sabe se deve fugir ou se apaixonar.

Ufa! Sinopse meio comprida, mas é mais ou menos isso aí. O livro chega aos poucos no mundo das fadas, preparando o terreno, mostrando a vida e o sofrimento de Meghan no colégio e sua relação com Robbie ( Que poderia ter sido melhor mostrada, com mais memórias de amizade). O changeling que ocupa o lugar de Ethan é assustador e essas primeiras partes são bem sombrias. Não que Nevernever não seja. A mitologia das fadas é bem colocada, mostrando o lado traiçoeiro da maioria delas e dos outros seres desse mundo, que traz mais perigo do qualquer outra coisa. Confesso que a jornada de Meghan e Puck ao rei Oberon me deixou impaciente: muitas desventuras, muita ingenuidade da moça e até aquele momento a falta de algo marcante nos personagens.

Puck, que é o mesmo personagem de Shakespeare em Sonho de uma Noite de Verão( Que inspirou muita a gente a escrever sobre o reino das fadas), é esperto, brincalhão e desafiador, algo que só foi se tornando mais marcante (Para mim, pelo menos) do meio do livro em diante. Acho que faltou mostrar a audácia dele como Robbie, no colégio.

O personagem mais interessante mesmo é o gato( sim, um gato falante, como o Cheshire de Alice) Grimalkim, misterioso, esperto, sarcástico, do mesmo jeito que se imagina que um gato seja se ele pudesse falar. Nunca se sabe se ele está lá pelo acordo com Meghan ou por amizade mesmo (No final, talvez, fique mais evidente).

Mas o destaque mesmo vai para Ash, que está ali para ser o alvo da paixão de Meghan, mesmo sendo o príncipe do Inverno e esteja ali para usá-la como trunfo na sua Corte. Misterioso, excelente lutador e poderoso, ele acredita em levar a moça para a Corte do Inverno, que é rival da Corte do rei Oberon. Claro que com o acordo que faz com Meghan tende a mudá-lo um pouco... mas sem spoilers!

A personagem principal é cabeça dura, age sem pensar, faz acordos com Deus e o mundo (algo perigoso no nosso mundo, imagine no mundo das fadas), é teimosa, desafia alguns seres poderosos (vide a ciumenta rainha Titania) e se apaixona por Ash assim, do nada. Mas é algo cada vez mais comum as autoras de livros YA( Young Adults) ou até mesmo infanto-juvenis, colocarem a mocinha para ser um pouco irritante ( vide a coleção Hush Hush e os Instrumentos Mortais).

Afora isso, o livro é cativante, bastante rico em conteúdo, mostra que a autora planeja bem os passos dos personagens e apesar de bem descritivo, deixa uma sensação de como se realmente estivéssemos lá. A passagem no reino do ferro deixa uma sensação angustiante e torturante e o breve vislumbre da Corte do Inverno deixa qualquer um encantado, quase sentindo o gelo.

O final dá aquela abertura pro segundo, mas nada que já não fosse esperado, ainda assim, dá pra aguçar a curiosidade.

Esse era um livro que figurava na minha lista desde o ano passado, mas só agora eu li. Deixei ficar próximo também da continuação, A Filha do Ferro.É um livro bom que só tende a melhorar nos próximos, uma vez que todos estamos familiarizados com o mundo selvagem e os personagens cínicos e interesseiros de Nevernever.

P.S: O rei Oberon e a rainha Titania também estão no livro do Shakespeare.

P.S ²: Muitas passagens não foram explicadas. A presença de Ash no mundo humano no começo do livro, por exemplo.

P.S ³: Nojo infinito de muitos seres que são personagens adoráveis em livros infantis e aparecem completamente repugnantes nessa história mais realista com o folclore.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Retrospectiva Literária

2011 já passou, já estamos em 2012 e está mais do que na hora de relembrar os melhores do ano (passado)!

Melhor Romance Romântico














Água para Elefantes- Sara Gruen
Não sou de ler romance por romance, mas a história trouxe o mundo circense às páginas de modo realmente encantador.

Melhor Suspense/Terror
















A série Anita Blake - Laurell K. Hamilton
Não li muitos gêneros, mas li seis livros dessa série que não resenhei aqui. É sobre uma ressuscitadora de cadáveres que também ajuda a investigar crimes sobrenaturais, além de "enfrentar" a constante presença de um vampiro bonitão. A história é digna de uma série HBO: bizarrices, sangue, protagonista durona, cenas de sexo não necessariamente românticas... É forte. Tanto que depois de ler tantos de uma vez, você precisa parar e ler algo mais fofinho pra relaxar. Recomendo para quem não tem muito nojinho.( A foto é do primeiro livro, Prazeres Malditos, da editora Rocco)

Melhor comédia









Todos de Sarah Mason
Explico. Li Um Amor de Detetive, Alta Sociedade e A vida é uma festa da Sarah Mason. O primeiro é o mais engraçado, mas todos são livros femininos, com protagonistas engraçadíssimas que fazem você parecer louca rindo sozinha. Recomendadíssimo.

Melhor ficção/fantasia/fantástico













Sussurro -Becca Fitzpatrick
Um tanto sem paciência para uma nova modinha, deixei esse livro sobre anjos de lado. Mas ao lê-lo, vi o quanto estava perdendo. O anjo caído Patch é um dos protagonistas mais interessantes que já vi, chamando muito mais atenção do que a protagonista Nora. Suspense, romance e terror permeiam essa história que tem mais duas continuações.

Clássico do ano
















Persuasão - Jane Austen
A diva Jane Austen precisava figurar nesta lista. Esse li Persuasão e Mansfield Park, que não resenhei por falta de tempo e porque a história não foi tão cativante assim. Mas Persuasão é lindo, meigo, emociona e é simplesmente perfeito.

Surpresa do ano














Como se livrar de um vampiro apaixonado - Beth Fantaskey
Já resenhado, o livro dono de um título não atraente chamou a atenção por ser muito melhor do que esperava. Não foi o melhor do ano, mas superou tanto o que eu achava que merece um lugarzinho revelação.


Não escolherei o Melhor do Ano porque existem tantos empates que não seria justo escolher um deles.
Mas pretendo ler mais clássicos ano que vem, dar mais chances aos livros ignorados, ler mais literatura brasileira. Afinal, leitura é diversão!