sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret - Uma homenagem ao cinema


Um dos grandes nomes do Oscar este ano,
A Invenção

de H
ugo Cabret, do diretor Martin Scorsese, concorre a 11 prêmios este ano, seguido apenas por O Artista, que concorre a 10.
E o porquê desse filme "infantil" concorrer a tantas estatuetas?

O filme conta a história de Hugo Cabret (Asa Butterfield, de O Menino do Pijama Listrado), que após perder o pai, vive numa estação de trem dando corda nos relógios e roubando peças para construir um robô em que ele e o pai haviam tentado consertar e para isso conta com a ajuda da esperta Isabelle (Chloe Moretz, de Deixe-me Entrar). O segredo que o robô esconde remonta a uma sensível história que coincide com o início do cinema.
Esse, para mim, é o grande trunfo do filme. Para quem está habituado a filmes que se preocupam mais com ação do que com a história, pode passar longe. Hugo Cabret está disposto a contar uma história e não vai economizar tempo para estruturá-la bem.
Para quem não conhece o início do cinema, o filme pode introduzi-lo bem, com as amostras do primeiro filme já exibido, A Chegada do Trem até Georges Méliès, que mais do que um personagem da história, realmente existiu e criou filmes fantásticos que mexiam com a imaginação e a ilusão, podendo ser o começo dos "efeitos especiais" (E os seus filmes podem ser vistos no Youtube)
Tudo isso é entremeado com a busca de Hugo por uma família, a busca de Isabelle por aventuras reais e a busca pela felicidade por tantos outros personagens secundários da estação, com uma linda trilha sonora e ótima direção.
Há quem reclame que o filme não funciona bem para crianças, talvez até não, com a predileção de todos por filmes velozes e fáceis. Mas o filme funciona para quem é sensível, aprecia uma história bem contada e o cinema como um todo.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os 5 melhores mocinhos dos romances clássicos

Eu já vi por aí muitas listas com o TOP 5 dos melhores mocinhos, mas quase todas são apenas dos livros contemporâneos. Apesar de os romances de hoje terem liberdade de colocar personagens com mais "pegada", não quer dizer que há mais de duzentos anos não se escreviam personagens com atitude para sua época e que mexem com a imaginação de pessoas (As mulheres em especial né, mas não excluamos alguns homens disso) de tantas épocas diferentes. Vamos conferir?

5. Rhett Butler, de E O Vento Levou...

OK, nunca li o livro, mas já vi o filme váarias vezes e acredito que pelo menos a essência do personagem é mantida, apesar de alguma coisa aqui e acolá ter sido mudada. Eternizado por Clark Gable, Rhett Butler vem do Norte e se apaixona pela mimada, inescrupulosa e determinada Scarlett O´Hara e é o único que entende sua natureza e a ama do jeito que ela é ( Só por amá-la ele já merece um prêmio. Scarlett é marcante, mas é uma das mocinhas mais chatas e insuportáveis que eu já vi), mesmo a garota sulista amando outro. Irônico, confiante, experiente e cheio de tiradas, ele pode colocar muitos galãs de livro adolescente no bolso. Margareth Mitchell lançou o livro em 1936 e o filme foi lançado em 1939.
Melhores Momentos: A famosa frase " Frankly, my dear, I don´t care"

4. Heathcliff, de O Morro dos Ventos Uivantes

Bem, Heathcliff não era beem o mocinho, mas como é através dele que as ações acontecem no livro, ele entra, sim, na lista. Tirado por Mr. Earnshaw das ruas, ele é criado juntos com seus filhos, apaixonando-se por Catherine, a filha mais nova do homem. Os dois crescem como grandes amigos, mas com o rebaixamento de Heathcliff a mero servo após a morte de Earnshaw e o encontro de Catherine com o refinamento de Edgar Linton acaba separando os dois. Heathcliff vai embora e volta, muito tempo depois, rico não se sabe como. E Catherine se casa com Linton. Não vou adiantar muito, mas o amor egoísta, obsessivo e intenso que Heathcliff sente é um dos marcos da literatura e o transforma no "vilão" da história. Dei a ele o quarto lugar porque ele é capaz de tudo por uma criatura mimada, egoísta e fútil( É isso aí, ela é pior que a Scarlett!), sem perceber o quanto a sua vida vai se destruindo aos poucos e junto com esta, a vida dos outros também. De qualquer maneira, Heathcliff é inesquecível, não tem como não se emocionar com tamanha paixão e além de tudo, foi lindamente interpretado pelo Ralph Fiennes na versão de 1992 do filme. Emily Brontë lançou o livro em 1847.
Melhores Momentos: " How can I live without my life? How can I live without my soul?"

3. Mr. Thornton, de Norte e Sul

Industrial do norte da Inglaterra, John Thornton nasceu pobre, venceu as dificuldades da vida e se tornou o dono de uma das maiores fábricas de algodão da fictícia cidade de Milton. Homem de negócios, inteligente, teimoso e orgulhoso, ele se apaixona pela igualmente orgulhosa Margaret Hale, que, vindos dos lindos campos do Sul, odeia qualquer coisa relacionada ao fumacento Norte, inclusive ele. O que gosto nele é que mesmo apaixonado por Margaret, ele não é alheio aos seus defeitos e nem destrói sua vida por causa dela, ao contrário, continua administrando tudo com mão de ferro e ainda encontra tempo para ser gentil com os pais dela. Seu senso prático, implacável e ainda assim, terno com a mãe e apaixonado por alguém que inicialmente o odeia, faz com que seja o melhor personagem do livro. Richard Armitage o interpreta na linda minissérie da BBC. Elizabeth Gaskell lançou o livro em 1855.
Melhores Momentos: Não é uma frase, mas um momento quando Margaret sai ferida no meio da greve dos trabalhadores e Thornton a carrega para dentro de casa, percebendo o quanto a ama de verdade (Fooofo!)

2. Mr. Rochester, de Jane Eyre

Dono de Thornfield Hall e patrão de Jane, que serve de preceptora para sua filha bastarda Adèle, Mr. Rochester é um mistério. Autoritário, um pouco ranziza, mas incrivelmente apaixonado por Jane, ele não liga tanto para as convenções sociais e é bem mais ardente na sua paixão do que os outros já citados ( Exceto Rhett Butler). Seu passado e o segredo que esconde o atormenta, pois sabe que isso é um impedimento para ficar com a protagonista, mas não perde tempo em conquistá-la, tamanha é a paixão que sente por ela. Na linda minissérie da BBC, ele é interpretado por Toby Stephens e no filme mais recente, por Michael Fassbender. Charlotte Brontë lançou o livro em 1847.
Melhores Momentos: A declaração dele para Jane, no jardim, sob a luz do luar.

1.Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito

O ouro vai pra ele, o melhor mocinho de todos os tempos! E não há nenhum personagem que possa ousar se comparar ao Mr. Darcy. Arrogante a princípio, julgando Elizabeth Bennet apenas como "tolerável" no quesito beleza, Darcy aos poucos vai se apaixonando por ela, enquanto a jovem Bennet apenas o odeia e ouve todo tipo de intriga ao seu respeito. A personalidade de Mr. Darcy, intolerável no início, vai se mostrando belíssima, resignada, corajosa e apaixonada. Alguém que não mede esforços para conquistar quem ama ou para ajudá-la de todas as formas. Interpretado lindamente por Colin Firth na minissérie da BBC em 1997 e no filme mais recente, por Matthew McFadyen. Lançado pela diva Jane Austen em 1797.
Melhores Momentos: O pedido de casamento que ele faz à Elizabeth.